Com o intuito de mostrar que a escola é um espaço que vai além do ensino de conteúdos, o Colégio Manoel Ribas prepara para este sábado a Mostra Cultural, que é organizada há mais de dez anos na instituição. O tema deste ano é "direitos humanos" e, dentro desta proposta, cerca de mil alunos do 2º e 3º anos do Ensino Médio produzem materiais que serão apresentados no evento.
Os alunos do 1º ano não produzem material, mas assistem aos colegas e precisam entregar relatórios sobre as apresentações.
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A diretora da escola, Rosangela Maria de Freitas, conta que são 127 trabalhos que estarão em exposição neste sábado à comunidade escolar, das 8h ao meio-dia. Para ela, a ideia de que os estudantes produzam os trabalhos é uma forma de ensinar sobre temáticas variadas e que estejam em vigor no momento.
– Quando eles participam da produção, parecem que se interessam mais. E a cada ano tentamos apresentar um tema que seja de interesse deles – comenta.
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Os trabalhos são elaborados dentro da escola e os educadores atuam como professores/orientados. De acordo com o vice-diretor, Álvaro Lisboa, cada profissional orienta de 10 a 15 projetos.
O professor de literatura e espanhol Eduardo Coelho, 51 anos, é um dos orientadores. Para ele, a responsabilidade de auxiliar os alunos nestas produções é grande, pois, de acordo com o professor, estes estudantes são adolescentes que querem conhecer mais do mundo, enquanto descobrem questões sobre eles mesmos.
– A vida para eles não é feita somente de conteúdos que caem no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). É um universo de informações e interesses fascinante. O professor tem que sair de seus limites e pesquisar fontes sérias de informações para conseguir auxiliá-los – avalia Coelho.
CAMINHO DA PESQUISA
Na hora de escolher o assunto dentro da temática proposta, alguns grupos decidiram aprender mais sobre algo que está próximo a eles. É o caso de Bruna Jacob, 17 anos, Vitória Razeira e Amanda Souza, ambas de 16 anos. Elas estão no 2º ano do Ensino Médio e têm um colega que é autista.
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– Nós fomos conversar com a mãe dele para entender melhor como é a vida dele. A gente se surpreendeu muito, porque em sala ele não interage com a gente mas quando fomos falar com a mãe dele, ela nos contou que ele sabe quem nós somos por nome, as coisas que dizemos e o que fazemos. Ele está no mundo dele, mas também faz parte do nosso mundo – conta Vitória.

Já outros estudantes decidiram investigar questões de direitos humanos muito mais amplas, como o grupo formado por Paulo da Rosa, 19, Leandro de Moraes, 17, Jaqueline Natel, 17, e Sabrine de Campos, 18, que buscam informações sobre o sequestro infantil internacional.
Segundo os componentes do grupo, os índices de sequestros são muito altos, e pouco se fala sobre o tema. Eles dizem que está difícil conseguir dados sobre o assunto, mas não desistem de apresentar informações sobre essa realidade.